25.1.09

dois poemas para um domingo de inverno




Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

Mário Cesariny




Mesmo
uma linha
recta
é o labirinto
porque
entre
cada dois pontos
está o infinito.

Adília Lopes



PALESTINA





esta luta é por te amar














dizias que

esta luta é por te amar

os dias sem ti
são todos iguais
são dias sem brilho
são dias a mais

a luta foi desigual.

até um dia João Aguardela.


filha de duas mães
adoro vesti-las de igual
tenho andado à tua procura
para te amar

sobre a mesa posta
sem nenhuma vaidade
ensinar-te-ei meu amor
a praticar a caridade

nunca direi saudade
ligo pouco ao que se diz
mas não levo muito a mal
a ideia de ser feliz

a naifa