24.2.09

We will remain






We'll remain after everything's been washed away by the rain
We will stand upright as we stand today
Lovestain
You left a lovestain on my heart
And you left a bloodstain on the ground
But blood comes off easily


José González

May i present you

Little Boots playing with the fabulous Tenori-on.


19.2.09

CARNAVAL

Eu fui.
Mascarada de samurai efeminado.





11.2.09

Ouve, gosto de ti.


Gosto da tonalidade dos teus olhos e das tuas mãos nos meus ombros quando fazemos amor, das pernas que se enrolam com força nas minhas e me atam, me prendem, me imobilizam, me impedem de sacudir as ancas, em avanços e recuos, à medida que me beliscas, e me mordes, e me insultas, e acabas por morrer como um bicho pequeno, de súbito inocente, indefeso, sem rugas, numa cascatazinha de gemidos magoados, de cara transtornada como se fosses chorar. Gosto de ser, por segundos, mais velho do que tu quando te dou prazer, quando obedeces, numa aceitação humilde, ao ritmo do meu púbis, quando os meus músculos inesperadamente se distendem e te deposito na vagina dois centímetros cúbicos de paixão. Gosto de me abraçar a ti, depois, de bochecha no teu peito (medes mais três centímetros do que eu, o que me leva sempre a procurar, nas ruas, o lado mais alto dos passeios), e saber que enquanto tomares conta de mim a minha vida caminhará, de acordo com imprevistos e caprichos que me escapam, de uma forma empenada mas segura.

E aterra-me imaginar que uma noite qualquer, de volta de um concerto, com o estojo da flauta no sovaco, dou com o colchão vazio onde apenas a curva das tuas costas inscreve nos lençóis a impressão digital de uma ansiedade irreparável.


Auto dos Danados
António Lobo Antunes

3.2.09

vida alternativa



Queria informar em primeira mão que tornei pública a minha segunda actividade profissional.


Para quem ainda não me ouviu divagar sobre ela, aqui vai uma pequena explicação.


No outro dia, estava eu muito bem sentada na Kuri Kuri atrás da minha maravilhosa mesa redonda, quando entra porta adentro uma senhora idosa, manca e de madeixas pretas sob um fundo branco, que pergunta bastante alto:

- Oh riqueza, é aqui que botam cartas, não é??
...

Ao que eu respondo com um esgar de negatividade.


- Ah não?! mas olhe que é o consta por toda a vizinhança.




Desta forma inopinada, a minha vida deu uma reviravolta, confirmada e divulgada à instantes durante a minha entrevista para o Público.

Quando o entrevistador tocou no assunto da vizinhança e da minha relação com ela, a minha resposta teve forçosamente de ser esta:

- Medo.