28.5.09

Kabhi kabhi mere dil mein



A Índia é um país-continente, imenso, colorido. A caminho de Varanasi, durante a viagem de comboio de trinta e seis horas, vi o mais bonito pôr-do-sol da minha vida. Em Vrindaban os templos mais exuberantes, em Jaipur o palácio mais sumptuoso. Os amigos indianos preenchem o coração, numa saudade imensa de estar com eles.

Hoje ao ler o
Grand Masala recordei de novo o país mais generoso do mundo.










Kabhi kabhi mere dil mein khayaal aata hai
Kabhi kabhi mere dil mein khayaal aata hai
Ki jaise tujhko banaya gaya hai mere liye
Ki jaise tujhko banaya gaya hai mere liye
Tu abse pehle sitaaron mein bas rahi thi kahin
Tu abse pehle sitaaron mein bas rahi thi kahin
Tujhe zameen pe bulaya gaya hai mere liye
Tujhe zameen pe bulaya gaya hai mere liye

Kabhi kabhi mere dil mein khayaal aata hai
Ki ye badan ye nigaahein meri amaanat hain
Ki ye badan ye nigaahein meri amaanat hain
Ye gesuon ki ghani chhaon hain meri khatir
Ye honth aur ye baahein meri amaanat hain
Ye honth aur ye baahein meri amaanat hain

Kabhi kabhi mere dil mein khayaal aata hai
Ki jaise bajti hain shehnaaiyaan si raahon mein
Ki jaise bajti hain shehnaaiyaan si raahon mein
Suhaag raat hain ghoonghat utha raha hoon main
Suhaag raat hain ghoonghat utha raha hoon main
Simat rahi hai tu sharma ke apni baahon mein
Simat rahi hai tu sharma ke apni baahon mein

Kabhi kabhi mere dil mein khayaal aata hai
Ki jaise tu mujhe chaahegi umr bhar yoohin
Uthegi meri taraf pyaar ki nazar yoohin
Main jaanta hoon ki tu geir hai magar yoohin
Main jaanta hoon ki tu geir hai magar yoohin

Kabhi kabhi mere dil mein khayaal aata hai

Kabhi kabhi mere dil mein khayaal aata hai





26.5.09

Só se pode regressar do que na verdade nunca nos pertenceu


O teu peso é o véu sobre a minha cabeça,

o grito se o arrancas, o terço permanente,
retiras-me os indícios da vida secular,
revelas uma imagem em tudo desmunida,
respiro o teu suor
e se me refugio na sombra do pescoço
contemplo dois penedos entregues ao salitre.
Saímos da pensão
escorregas no degrau
suspendes a ternura num gesto desabrido
e entras ao acaso na porta de um café.

Presságios
Fátima Maldonado

25.5.09

Harvey Milk



Dan White: Society can't exist without the family.
Harvey Milk: We're not against that.
Dan White: Can two men reproduce?
Harvey Milk: No, but God knows we keep trying.



Harvey Bernard Milk was an American politician and the first openly gay man to be elected to public office in California, as a member of the San Francisco Board of Supervisors.
Milk served 11 months in office and was responsible for passing a stringent gay rights ordinance for the city. On November 27, 1978, Milk and Mayor George Moscone were assassinated by Dan White, another city supervisor who had recently resigned but wanted his job back.
Now Gus Van Sant has made a touching film about Harvey's amazing life.



23.5.09

Professor Alberto Chan



Ontem acordei sem voz.


Assim de repente, sem outros sintomas que o denunciassem ou fizessem prever, abro a boca e o único som articulado que de lá sai é um oco vazio e desprovido de qualquer sentido. Passei o dia a comunicar através de gestos e nas situações mais exigentes, com lápis e papel.
Por casualidade, participei ao fim da tarde na palestra do Professor Alberto Chan, n'O Quintal, sobre o (maravilhoso) efeito das plantas medicinais no sistema imunitário.

O Alberto, que me conheceu na loja no dia anterior, estranhou o meu prolongado silêncio e diagnosticou o seguinte creme de legumes, remédio eficaz para o meu problema (ou outros males de garganta) - cozer cenouras, cebolas, gengibre, abóbora e depois de tudo cozido desfazer em creme e temperar com bastante pimenta de caiena e piri-piri.

Amanhã comunico o resultado (se o conseguir ler de viva voz será um óptimo sinal).

22.5.09

Workshops da Kuri Kuri






clicar para uma melhor leitura.

17.5.09

Sunday - movie day


Frida
Julie Taymor




There Will Be Blood
Paul Thomas Anderson




Dogville
Lars von Trier




Entre les Murs
Laurent Cantet


Gostei de ver a Frida, filme ligeiro e alegre (mesmo com todos os dramas inerentes à vida da pintora) e sobretudo de rever o comunismo ideológico de Diego Rivera e a sua persistência politico-artística.

Haverá Sangue, ocupando um honroso primeiro lugar do Junkie Awards 2008, fez-me sentir o mesmo do No Country for Old Men, dos grandiosos irmãos Cohen. Incomoda-me a estética norte-americana, o sotaque cerrado, os valores extremamente individualistas, mas o argumento, a fotografia cuidada e sobretudo os actores, representam o melhor do argumento, tornando o filme numa obra sublime e de uma clareza constrangedora.

Sendo Lars von Trier um dos meus realizadores preferidos, Dogville era uma lacuna pessoal na minha relação cinematográfica com Trier pois adiava continuamente ver este filme (talvez com receio de muitas opiniões menos favoráveis que fui ouvindo).
O espaço cinematográfico no qual decorrem todas as cenas é simples e teatral, sem qualquer cenário, sendo que a excelência do argumento é centrada na história e na actuação dos actores. Uma epopeia sublime sobre a humanidade (ou a ausência dela) de uma pequena povoação americana.

Entre les Murs é um filme sobre a relação conturbada entre professores e alunos de um liceu parisiense. A turma é multi-cultural, multi-étnica, reflectindo o contexto social e as mutações actuais na sociedade francesa. Temos assim alunos do Mali, de Marrocos, da Argélia, da China e claro está, de Portugal (a camisola da selecção nacional não engana). Apesar de ser um filme despretensioso, poderia ter ido mais longe, sobretudo nas relações entre alunos e o seu director de turma.

14.5.09

sigur rós



iceland is so beautiful.

Antony and the Johnsons






Foi um Coliseu esgotadíssimo aquele que recebeu Antony e os seus habituais companheiros, os Johnsons, num dos regressos mais esperados do ano.
Antony regressa ao nosso país, desta vez com o lançamento do terceiro álbum como pretexto (The Crying Light).

Artista polivalente (participa no filme I'm Your Man sobre Leonard Cohen, assim como em inúmeras compilações musicais, desde Lou Reed a Björk), Antony é um cantor singular, galadoardo em 2005 com o prémio Mercury Prize com o seu segundo álbum, I Am a Bird Now.

Nos primeiros minutos fomos presenteados com a hipnótica dança de uma bailarina, magia em forma musical envolta em tecidos esvoaçantes. Uma preparação diáfana para as músicas que se seguirão.

A banda surge primeiro, deslumbrantes no rigor musical, na mestria dos acordes e acompanhamento perfeito. Antony entra em palco e na primeira música está ainda na sombra. A sua voz é amplificada em todos os cantos do Coliseu, em tons ternos de uma doçura frágil que nos inebria.

Britânico mas a residir nos Estados Unidos, Antony é detentor de um muito peculiar sentido de humor e de uma atitude cívica fora do comum (expressa nos seus comentários de decepção face a Obama em relação à tortura vivida em Guantánamo e na sua atitude ambiental «I'm obessed with the environment», viria a dizer).
Esta visão ecologista está aliás bem patente no seu terceiro e último álbum, The Crying Light, editado este ano e dedicado a Kazuo Ohno, reconhecido bailarino japonês de Butoh.

Durante mais de duas horas somos agraciados por uma beleza musical proveniente da voz terna de Antony e das suas magistrais canções.
Evoca-se «I Am a Bird Now» e o seu álbum homónimo. Apresenta-se o disco «The Crying Light» e as canções frágeis e delicadamente ternas que o compõem.

A meio do espectáculo são feitas as apresentações, Julia Kent no violonce
lo, Doug Wieselman nos metais, Jeff Langston no baixo, Maxim Moston no violino, Rob Moose na guitarra e violino e finalmente Parker Kindred, na percussão.

Os temas sucederam-se a um ritmo demasiado rápido, “One Dove”, “You’re my sister”, a candura da voz triste em “I Fell in Love With a Dead Boy”, a doçura de “Shake that Devil”, a extraordinária “Aeon”.

Já perto do fim, ouve-se ainda “Hope Moutain”, “Twilight” e uma interpretação notável em "Hope There's Someone".


Antony é único, um artista exemplar, tímido e enternecedor, de sorriso frágil e mestre em tornar noites vulgares em noites dotadas de uma beleza impossível.







Peço a todos os amigos para divulgarem, por favor.

12.5.09

Villanos




Esta sexta nos malos habitos.


Porque me apetece um pouco de garage rock.
E sim, são e cantam em galego.






Regressa-se sempre a Gamoneda


Algunas tardes me sorprendo
lejos de mí, llorando.

Una pasión fria endurece mis lágrimas.
Pesan las piedras en mis ojos: alguien
me destruye o me ama.

Sobre mi carne pasa, grave de amor, la misma lengua que silba en
mi vejez y me despierto
envuelto en coágulos de sombra
y se desprende de la noche
una flor negra y húmeda de llanto.

Aún sus manos acuden a mis sueños adelantándose a un grito negro,
a hierros ocultos en mi corazón.

Mi vejez tuerce sus huesos y quema sus cabellos, mi vejez envuelta
en una piel húmeda de amor.

Su mirada viene de países a los que no iré nunca.

Sobre mi piel hierven sus lágrimas.



Ardem Las Pérdidas
Antonio Gamoneda

NO FUR

Atentado

9.5.09

Bruno





Encontramos-te em Ponte de Lima Bruno.
Mas depois de falarmos contigo uns minutos, apercebemo-nos que tinhas tetinhas e estavas grávido.

a natureza revolucionária da felicidade





quem deixou sobre o coração um feixe de luz não cega nunca.

valter hugo mãe

MAY DAY








´No fim do comício, uma delegação do Bloco de Esquerda juntava-se ao desfile, logo a seguir às dezenas das organizações sindicais.
E dezenas de jovens trouxeram, também, para a rua a revolta contra a precariedade.
«Estou a lutar pelos meus direitos e pelos direitos dela», explicava Cármen Silva, de 33 anos, funcionária comercial, mão dada com a filha Catarina, de 6. Trabalha a recibo verde e nunca soube o que é um contrato de trabalho.`

in Público
2 de Maio

Isabel Lhano

A Queima do Judas

Dª Maria das Dores Sancadas






Numa das caminhadas até Vila do Conde pela praia fora, conhecemos a Dª Maria das Dores.
Rosto marcado pelo tempo, pelo sol impiedoso, pela angústia de esperar que o mar devolvesse a família intacta ao longo de noites intermináveis.

- Foi ele que me tornou dura - suspira, apontando as ondas com o dedo frágil.

O Cemitério das Fontes




Quando passeio com o meu irmão, descubro sempre novos cantos, novas ruas, praças, e vejo tudo com outros olhos, os do Pedrinho.

Numa segunda-feira de sol fomos visitar o Cemitério das Fontes, toponímia nossa para o sinuoso jardim suspenso sobre o Douro, conhecido como o Jardim Barão de Nova Sintra.
Nele encontramos as fontes que a cidade renegou, quer pela fúria urbanística, quer pelo seu uso descontinuado. Estátuas de pedra que evocam tempos idos e nos fazem viajar pelo Porto antigo e romântico.

8.5.09

April is always a lot of fun



















29







Thank you Sónia for the wonderful chocolate cake.