16.6.09

Kanojo wa honto ni i ko de ne















O que se sente perante uma artista da qual se admira profundamente o trabalho, se aguarda quase dez anos para a ver tocar, ver cantar, sentir o timbre da voz, a delicada presença?
Com inesperada surpresa, soube da actuação de Tujiko Noriko no Porto apenas um dia antes da data do concerto e com a surpresa surge a incredulidade perante a novidade.
Domingo à noite na Ribeira, a névoa do rio a criar uma aura de mistério, poucas pessoas na assistência. Um ambiente íntimo, envolvente, é aquele que recebe a japonesa de Osaka.

Tujiko está de pé, corpo de boneca tímida, delicada, tão terna quanto concisa, enquanto canta em frente ao Mackintosh portátil, "Quando viajo não sei o que vou encontrar nos sítios onde toco. Esta cidade surpreendeu-me muito, é uma cidade bela".
As músicas sucedem-se demasiado rápido, a escolha recai nas melodias suaves e tranquilas de temas recolhidos um pouco por toda a sua discografia, desde o iniciático Keshou to Heitai, que remonta ao ano de 2000, ao recente Trust, editado em 2008.
Frequentemente comparada a artistas como Múm, Björk ou mesmo Fennesz, Tujiko revela uma identidade própria, um estilo minimal que Aoki Takamasa ajudou a cimentar, através da participação criativa em alguns dos seus álbuns.

No Mercedes assistimos a electrónica experimental, melodias sobrepostas em camadas etéreas. Em menos de uma hora é-nos apresentado sobretudo Trust, o recente disco editado em 2008.
Com voz suave Tujiko canta ''You're so Beautiful'', ''Pure'' e a frágil ''White'', toponímia musical delicada de uma artista que nos habituou a doces canções de embalar, que na rotina dos dias, nos envolvem e encantam.
Soube a pouco, sabe sempre a pouco, esta breve apresentação ao vivo, nesta que foi a primeira actuação de Tujiko no Porto.

Um comentário:

margarida ribeiro disse...

que bonitos que somos.
foi mesmo muito bom o concerto.
beijos